Sucesso nos anos 90, o artista vai levar novo disco ao Planeta Atlântida 2024 e fala ao g1 sobre as músicas novas, a parceria com Armandinho e como é vivenciar o cenário do rap atualmente.

Gabriel O Pensador antes de entrevista ao vivo para o g1, em São Paulo, em 1º de novembro de 2023 Celso Tavares/g1 Com 30 anos de carreira, Gabriel O Pensador retorna ao palco do Planeta Atlântida 2024, em fevereiro, depois de sete anos longe do festival.

Ele, que marcou uma geração com o hit "Cachimbo da Paz", se apresenta no sábado (3), na Saba, em Xangri-lá, no Litoral Norte do RS.

Onipresente nas rádios e programas de TV do fim dos anos 1990, a famosa música do artista está de volta, com a continuação da história do cacique descobrindo a violência e a intolerância da sociedade, ao fumar o cachimbo que dá nome à canção.

? Clique aqui para seguir o canal do g1 RS no WhatsApp O disco mais recente do artista, "Antídoto pra Todo Tipo de Veneno", foi lançado em setembro de 2023 e reapresenta o velho indígena na faixa "Cachimbo da Paz 2".

"Ele se depara com um cenário um pouco pior, eu acho.

Mais intolerância, um pouco mais de violência ainda.

Violência gratuita parece que aumentou e a letra demonstra um pouquinho disso.

A questão da ansiedade do mundo de hoje", diz Gabriel ao g1, enquanto enfrenta uma maratona para divulgar o disco novo.

LEIA TAMBÉM Planeta Atlântida 2024 divulga programação de shows por dia de festival; confira Planetários terão pulseiras de acesso que garantem segurança e praticidade; veja passo a passo Redução de gás carbônico e menos copos descartáveis integram ação sustentável do Planeta Este é o primeiro disco em 11 anos de carreira do precursor do rap comercial no Brasil.

Sem pressa, Gabriel foi resumindo, ao longo do tempo, suas inspirações e construindo o trabalho com um time de produtores e parceiros.

O artista viveu as transformações do mercado da música: se a primeira versão de "Cachimbo da Paz" não saía das rádios e dos programas de televisão, hoje o hit viraliza com a reação de jovens nas redes sociais, enquanto ouvem a versão mais recente.

"As músicas '2,3,4,5, meia,7,8', e 'Retrato de um playboy' viralizaram no TikTok mais de uma vez.

A galera faz as trends e eu fico curtindo.

Mas o trabalho a gente faz com o mesmo prazer", diz.

G1 ouviu entrevista Gabriel o Pensador; veja íntegra da entrevista Parceria good vibes com Armandinho Entre as rimas e os beats do álbum "Antídoto pra Todo Tipo de Veneno", um elemento se destaca: três das 12 músicas são reggaes, território que o artista explorou em algumas parcerias com bandas do gênero e agora traz para o seu repertório.

"Sempre fui fã de reggae desde que eu comecei a querer escrever letras, o reggae, como eu falo ali na 'Burn Babylon', é como música de resistência, o rap e o reggae", destaca Gabriel.

A faixa "Burn Babylon" é uma parceria com Hélio Bentes, vocalista da banda Ponto de Equilíbrio.

Já "Obrigada mar por tudo isso" traz a participação do surfista havaiano Makua Rothman.

E em "Liberdade", Gabriel se junta com Armandinho, o regueiro velho conhecido do Planeta Atlântida.

"Foi um presente que o Armandinho me deu, para eu botar letra, já veio com algumas ideias dele, do que a gente podia, para que lado a gente podia levar aquele refrão, para que tipo de letra poderia ser e tal, a gente bateu um papo, aí eu me inspirei na conversa e escrevi".

Capa do álbum 'Antídoto pra todo tipo de veneno', de Gabriel O Pensador Divulgação 'Rap tinha muito preconceito' Completando 30 anos de carreira, a partir de seu primeiro disco, Gabriel hoje testemunha seus colegas rappers cada vez mais bem-sucedidos e a cultura hip hop integrada no cenário da música.

"Fico orgulhoso porque foi uma batalha de quem começou lá atrás realmente quebrar muitas barreiras.

O rap tinha muito preconceito, muita dificuldade no Brasil.

E eu, desde o início, quis levar essa linguagem, essa cultura pro público de massa", diz.

No início dos anos 90, o rap em português e comercial não era aceito por todo mundo, diz Gabriel.

Hoje, ele afirma que trabalhou para incluir o ritmo na música brasileira.

"O rap era um ritmo americano e eu cheguei a escutar coisas assim, mas a gente tem uma musicalidade nossa, que pode misturar muita coisa e a nossa língua".

Gabriel, O Pensador e Karol Conka Planeta Atlântida 2017 Lucas Uebel / Agência Preview De volta ao Planeta Gabriel retorna ao Planeta Atlântida com a turnê que deve percorrer o Brasil ao longo de 2024, apresentando o disco novo e os sucessos já conhecidos.

"A gente gosta de tocar em festival.

A minha banda só tem fera, tô muito feliz com os músicos que estão lá comigo.

Eu mesmo fico curtindo cada detalhe na hora que eles estão ali, fazendo as suas coisas.

Em cada instrumento, algumas linhas diferentes.

Às vezes criando, improvisando.

O nosso show não é muito engessado.

A gente cria junto ali.

Cada show é único", descreve.

Planeta Atântida RS: Confira na íntegra o show do Gabriel o Pensador VÍDEOS: Tudo sobre o RS

Publicada por: RBSYS