Caso Ministério Público e Justiça Militar concordem, soldado que atirou em Fábio César Zortea, de 59 anos, não deve ser responsabilizado por agir com 'excludente de ilicitude'.

Advogado da família da vítima contesta conclusão do inquérito militar.

Na Polícia Civil, policial foi indiciado por homicídio.

Corregedoria da BM conclui inquérito sobre a morte de policial aposentado em Torres A Corregedoria da Brigada Militar concluiu o inquérito sobre a morte do policial rodoviário federal aposentado Fábio César Zortea, de 59 anos, em Torres, no Litoral Norte, em agosto do ano passado.

De acordo com o corregedor-geral da BM, Vladimir Luís da Rosa, o soldado Ivan Júnior Sheffer Emerim agiu em "legítima defesa" na ação que resultou na morte do PRF aposentado.

"Nós entendemos que houve lesão corporal com legítima defesa.

Caso o Ministério Público concorde com a tese da Brigada e também o poder judiciário militar, ele não deverá ser responsabilizado pela morte do seu Fábio", conclui.

Leia mais: PM envolvido na abordagem diz que evitou ser desarmado Filhos de PRF aposentado morto por PMs são soltos Familiares e vizinhos fazem protesto e homenagem O advogado do policial entende que a conclusão do inquérito policial militar confirma a conduta de abordagem utilizada na ação.

"O Ivan não desejava a morte do Fábio pai, buscava repelir a injusta agressão.

O desejo dele era de lesionar o bem jurídico diverso, que é a vida", diz o advogado Maurício Custódio.

O advogado da família de Fábio Zortea contesta a conclusão da BM.

"Eu acho que o estado tem uma dificuldade muito grande em reconhecer quando erra.

O que aconteceu ali não foi lesão corporal seguida de morte, não existiu isso aí.

Em relação ao Fábio, que é a vítima fatal, houve, sim, um homicídio qualificado", afirma Ivan Brocca.

O inquérito da Brigada Militar também responsabiliza os familiares da vítima e um vigilante, que aparece agredindo um dos filhos do policial rodoviário aposentado.

Foram apontados ainda indícios de envolvimento de outros dois policiais militares em delitos menos graves.

As supostas condutas irregulares, entretanto, não foram reveladas.

Conclusões diferentes na Polícia Civil Imagens mostram momento em que PRF aposentado é agredido por PMs em Torres O inquérito da BM chegou a uma conclusão diferente da Polícia Civil, que indiciou os seis policiais militares envolvidos.

O soldado Ivan foi indiciado por homicídio simples, tentativa de homicídio e lesão corporal.

Os outros policiais militares também foram responsabilidades por vários crimes.

Entre eles, lesão corporal e omissão de socorro.

Ainda na Polícia Civil também foram indiciados os dois filhos, Fábio e Luca, por dano, resistência à prisão e desobediência.

E o vigilante, que aparece agredindo um dos filhos de Fábio, também foi indiciado por lesão corporal.

O Ministério Público deve analisar os dois inquéritos: o da corregedoria da Brigada Militar e o da Polícia Civil.

Depois, a Promotoria vai decidir se oferece ou não denuncia contra os investigados.

Relembre o caso Na madrugada do dia 23 de agosto do ano passado, os jovens Luca de Carvalho Zortea e Fábio Augusto Zortea não teriam parado após se depararem com uma viatura da Brigada Militar.

A partir daí, passaram a ser seguidos pelos policiais Ivan Júnior Scheffer Emerim e Dionatan Borba Menezes.

Fábio Zortea foi morto quando desceu do prédio onde morava, no centro de Torres, para verificar uma confusão envolvendo os dois filhos dele e policiais militares.

Dionathan aparece em imagens de câmeras de segurança segurando Luca, que tenta ajudar o irmão caído no chão e baleado na perna.

A BM acionou mais policiais para a ocorrência.

Fábio Zortea, ao tentar contê-los, foi agredido várias vezes pelos policiais, até ser atingido por um tiro.

PRF aposentado Fábio Cezar Zortea morreu ao ser atingido a tiros por um policial militar Reprodução Vídeos: Tudo sobre o RS .

Publicada por: RBSYS